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Os rumos da economia na América do Sul

Notícia

Os rumos da economia na América do Sul

08/07/2017

Vivemos uma crise econômica que começa a esboçar sinais de melhora

A América do Sul é composta por países que muitas vezes parecem ser muito diferentes economicamente e socialmente, mas ao mesmo tempo apresentam características que lhes conferem sua unidade.

Abordando em primeiro lugar o Brasil, vivemos uma crise econômica que começa a esboçar sinais de melhora. Entretanto a instabilidade política constante prejudica o poder de reação da nação. O país acabou de derrubar um governo por meio de um impeachment, e agora torna-se mais uma vez insatisfeito com o presidente atual devido a um escândalo de corrupção. A economia se recupera aos poucos, o desemprego atinge hoje, de acordo com o IBGE, 13,3% dos brasileiros e a taxa de crescimento do PIB foi positiva pela primeira vez no primeiro semestre de 2017, depois de dois anos seguidos abaixo de zero.  A esperança para a economia está nas reformas propostas pelo governo, que estão enfraquecidas devido às acusações feitas contra o presidente Michel Temer de praticar crime de corrupção passiva.

A Argentina também vem se recuperando de um período árduo economicamente. O país vivia um grande problema com a inflação, que chegou a cerca de 40% em 2016. Hoje vive um momento menos grave, porém ainda com um preocupante patamar de 24% de inflação. O atual presidente, Mauricio Macri, ao assumir o governo implementou uma série de medidas para solucionar problemas como a inadimplência do Tesouro Argentino com seus credores. Mesmo assim, a dívida externa chegou a US$ 200 bilhões, o que representa 30% do PIB do país e é um problema inevitável para o futuro. Com efeito, a economia argentina é muito dependente de produtos primários como a soja. O preço das commodities no mercado, devido a sua instabilidade de preços, pode comprometer a situação.

A Venezuela vai de mal a pior com seu governo liderado pelo presidente Nicolás Maduro. A população está cada vez mais mobilizada em protestar contra o governo e conflitos armados estão começando a surgir, gerando a preocupação de países vizinhos, que já têm de acolher alguns refugiados. Os “chavistas” alegam que constroem um país em prol do bem-estar social, entretanto a ditadura instalada no país na qual faz com que o legislativo não tem quase nenhum poder contra o presidente. Ainda há um problema sério com a falta de abastecimento de produtos básicos e a economia fica ainda mais deteriorada com a queda nos preços do petróleo, que é o principal produto exportado pelos venezuelanos.

A situação chilena, que recentemente tem sido mais favorável que a de seus vizinhos, não vai tão bem. O país teve um começo de ano fraco com a queda dos preços do seu principal produto exportado, o cobre. Além disso, as vinícolas vivem problemas com uma as faltas de chuva, obrigando inclusive, alguns produtores a migrarem para o sul. A taxa de desemprego vem crescendo desde o fim de 2016, chegando hoje a 7% com perspectiva de aumento ainda no começo desse semestre, caindo apenas no fim do ano. As expectativas, entretanto, são positivas uma vez que a desinflação está cada vez mais desacelerada e as taxas de juros têm se mantido estáveis. No fim do ano, o PIB pode chegar a uma taxa de crescimento de 1,1%.

Fechando a análise, Peru e Colômbia vivem situações específicas. O Instituto de Estatísticas do Peru (INEI) calculou uma taxa de crescimento do PIB negativa no segundo trimestre de 2017, reflexo dos atrasos nas obras de infraestrutura no país gerados por fortes enchentes no primeiro semestre. Já os colombianos vivem um lampejo de felicidade com o acordo de paz entre o governo e os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que já viviam um longo conflito armado. Pouco a pouco, as FARC vêm entrando no meio político para lutar por suas reinvindicações, dessa vez longe das armas.

Em linhas gerais, o continente passa por um momento em que a maioria dos países vive um cenário desfavorável economicamente. Resta saber a causa desse fenômeno, que pode ser analisada como uma soma de fatores conjunturais dos países. O primeiro deles é a presença de governos populistas que prometem a melhora da qualidade de vida da população e não conseguem cumprir com grande parte disso, muitas vezes endividando as nações e se envolvendo em escândalos de corrupção.

Outro fator é a imensa dependência das economias sul-americanas de produtos primários sem valor agregado, que além de conferirem uma margem de lucro menor ao exportador, dependem muito do seu preço no mercado internacional  - o que pode prejudicar um país inteiro em épocas de preços baixos. Por fim, mudanças climáticas abalam algumas atividades econômicas que têm de ser adaptadas, algo que gera custos altos e muitas vezes não é realizado rapidamente. A soma de tudo isso resulta na América do Sul atual, onde nem tudo funciona como deveria, frustrando populações que lutam para que se tornem cidadãos de países desenvolvidos.

Post em parceria com Bruno Betenson, graduando em Administração de Empresas  pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Júnior de Economia


Fonte: Samy Dana para G1

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