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Por que a economia voltou a patinar

Notícia

Por que a economia voltou a patinar

25/07/2018

A evolução dos indicadores econômicos alerta que o fim da crise ainda está distante

Há pouco mais de um ano o Brasil protagonizava a saída técnica de uma das piores recessões econômicas da sua história. Após oito trimestres consecutivos, o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a ficar positivo (1%). Porém, o que parecia ser um novo começo - inflação e juros caindo, empresas produzindo e empregos voltando - não evoluiu como o esperado. Agora, economistas, empresários e as famílias voltam a se perguntar: quando o Brasil vai de fato sair da crise?

 

Os indicadores dão sinais de que isso ainda vai demorar. A taxa de desocupação cresceu 1,3 ponto percentual no primeiro trimestre e o número de desempregados está em 13,7 milhões no País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação, apesar de abaixo da meta, voltou a subir.

 

Com isso, todas as previsões de crescimento da economia já foram revisadas para baixo. A mais recente delas, feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), mostra que País deve fechar o ano com avanço de apenas 1,8%. Antes era de 2,3%, mas já foi, no início do ano, de 3%. "É uma queda considerável", afirma o coordenador de Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Nicolino Trompieri.

 

Mas se havia tanto otimismo de que o Brasil estava no rumo certo, o que deu errado? Dentre os fatores considerados decisivos, estão os sucessivos escândalos políticos e a dificuldade do Governo Federal - o mesmo que em 2017 deu o norte para uma retomada - de dar continuidade às reformas, principalmente a da Previdência, e conter o déficit público. "Estes elementos, somados a um governo com baixa popularidade e uma eleição na qual há incerteza de quem será o próximo presidente, diminuíram a confiança dos empresários e dos consumidores, diminuindo o nível de investimentos das empresas e o nível de consumo das famílias", explica.

 

A mais recente greve dos caminhoneiros, ocorrida na segunda quinzena de maio como reflexo da política de preços da Petrobras, que já vinha pesando nos custos das empresas e das famílias, também acelerou este processo.

 

"Afetou todos os setores. Muitas indústrias não tiveram como escoar a produção, houve queda de produtividade, faturamento, faltou insumos. E os efeitos da greve, como a indefinição da tabela de frete, estão se prolongando. O aumento de custos prejudica principalmente as regiões que estão mais distantes dos principais mercados consumidores", afirma o economista da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Antonio Martins.

 

Porém, é a incerteza do que vem pela frente que dificulta uma retomada mais sólida. Tanto no cenário interno, como externo. "A valorização da economia norte-americana e a guerra comercial travada pelo governo de Donald Trump com seus parceiros comerciais, como a China, também podem afetar a economia brasileira", afirma o economista Alex Araújo.

 

Em relação ao Ceará, o economista Henrique Marinho, membro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), ressalta os fatores que mais contribuíram para que o Estado sentisse menos as turbulências econômicas, como equilíbrio fiscal, folha de pagamento em dia e elevação do nível de investimentos, o que pode impulsionar a sair mais rápido da crise. "O Ceará tem sido uma exceção ao cenário de desordem do País e os novos voos internacionais, as empresas que estão chegando e as oportunidades no Porto do Pecém podem ser decisivas".

 

Histórico do que deu certo e errado

 

O QUE FEZ COM QUE O BRASIL VOLTASSE A CRESCER

 

1. Em 2017, o Governo demonstrou força ao aprovar parte do pacote de reformas e um maior rigor fiscal que, além de serem esperados pelo mercado, sinalizavam um norte do que o País precisava fazer para voltar a crescer. O que injetou ânimo em empresas e consumidor.

 

2. Queda dos juros impulsionado pela boa safra que derrubou o preço dos alimentos e pelo próprio quadro de recessão da economia que levou à redução do consumo.

 

3. O maior controle da inflação e retomada da confiança refletiram na política monetária adotada pelo Banco Central, que passou a fazer sucessivas reduções nas taxas de juros.

 

4. A agenda de privatizações, como leilões de energia e aeroporto, estimularam novos investimentos na área de infraestrutura.

 

5. Depois de dois anos de índices crescentes de desemprego, o saldo de empregos voltou a ficar positivo.

 

Mas o que deu errado?

 

1. Os escândalos políticos envolvendo o presidente Michel Temer (MDB) e seus ministros e as concessões feitas pelo Governo na área econômica para garantir a governabilidade no Congresso provocaram retrocessos tanto no controle da dívida pública como na confiança.

 

2. O Governo não conseguiu dar continuidade à agenda de reformas estruturantes.

 

3. Desemprego e endividamento das famílias não cedeu como o esperado. E, pelo contrário, voltaram a subir.

 

4. O fortalecimento da economia norte-americana provocou um efeito de desvalorização das moedas no mundo. Dólar mais caro aumenta o custo das empresas e dos produtos.

 

5. Política de preços da Petrobras, acompanhando mercado internacional, desencadeou a greve dos caminhoneiros - que afetou todo o setor produtivo nos meses de maio e junho deste ano. Mas, mesmo antes disso, o mercado e a população já sentiam o impacto da alta nos combustíveis.

 

Fatores que podem influenciar o futuro

 

1. A guerra comercial travada pelos Estados Unidos com as grandes economias como a China pode refletir de maneira forte nas relações comerciais brasileiras.

 

2. Não há sinalização clara das políticas econômicas que serão apresentadas pelos candidatos e nem se as reformas serão retomadas.

 

3. Por outro lado, no segundo semestre, tradicionalmente, há maior aquecimento da economia,o que pode gerar mais empregos e consumo.

 

4. No Ceará, os novos voos internacionais criam um ambiente favorável para o turismo e demais setores. Resta saber se a demanda será consolidada e se a economia saberá tirar proveito disso.

 

5. Os investimentos previstos para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) também abrem oportunidades para novos negócios no Estado e fortalecimento da indústria.

Fonte: O Povo

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